quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

RECOMEÇOS




Escrevo esse texto atendendo a um pedido da minha querida amiga Cintia e também porque achei super apropriado para a volta do blog.

Recomeçar pra mim tem tantos significados que nem sei por onde começar. Recomeçar depois de uma vitória, de uma derrota, de um sucesso, de um fracasso, de um ganho, de uma perda, ou simplesmente dar continuidade?

Todos nós passamos por momentos chave e em grande parte nós decidimos como vamos reagir a eles. Ter limitações físicas para mim sempre foi algo tão natural que fazer uma cirurgia aos 5/6 anos outra aos 12/13, mais uma aos 15 e a última aos 18 não representaram grandes momentos.

Hoje, com quase 40 anos, talvez eu entenda o real significado destes momentos em minha trajetória, mas isto é assunto para um texto futuro. Os momentos chave mais importantes pra mim tem relação com as minhas interações sociais e é delas que eu vou falar um pouquinho agora.

A primeira interação social que a maioria das pessoas tem é com a família e ela é fundamental para todas as outras que vem a seguir. No meu caso, eu não consigo imaginar relação melhor com a minha. Tivemos e continuamos tendo erros, acertos, brigas, festas, mas temos o mais importante de tudo, amor, e quando falo amor é aquele verdadeiro que elogia e protege, mas que também critica e aponta erros quando é o caso. Esse foi um grande começo para os diversos recomeços que viriam a seguir.

A escola é um grande (re)começo das interações pessoais, nas quais já trazemos a bagagem acumulada com as relações familiares. Por ter o meu lado cognitivo preservado sempre estudei em escolas “normais”. Imagino como ficou o coração dos meus pais no meu primeiro dia de aula. Não lembro deste dia exatamente, mas toda a minha vida escolar/acadêmica transcorreu na mais perfeita tranquilidade até o momento de um convite para dormir na casa de um amiguinho, uma noite do pijama na escola ou uma viagem com a turma.

Lembro de 3 momentos desses: a noite do pijama na escola era pra ser o grande evento, a primeira noite que eu iria dormir “sozinho” fora de casa. Lembro da minha expectativa e ansiedade assim como a dos meus pais, mas a frustração foi do tamanho da minha expectativa, pois no momento em que estava me arrumando pra ir levei um tombo e desmaiei. Experiência adiada.

Viajar com a turma da escola levando uma pessoa comigo para me auxiliar foi uma experiência incrível, mas quando meu pai foi me levar em uma festa de uma amiga/paquera e me comunicou que ia ficar na festa comigo eu já não fiquei tão confortável, apesar de compreender a necessidade.
 Sempre vou viver o dilema “Independência x Segurança”

Claro que não foram só estas experiências, mas em todas elas o recomeço foi necessário, pois compreender que se é diferente naquela idade exigiu uma série de “recomeços” da maneira de pensar e olhar a vida.

Se apaixonar exige recomeços, manter-se apaixonado então nem se fala, um novo trabalho, manter-se motivado no trabalho, na dieta, na academia, em quase tudo na vida recomeçamos, mas nunca se recomeça do zero sempre existe algo que se aprendeu, se evoluiu, se cresceu de uma experiência que “não deu certo”. Então não tenha medo de tentar outra vez, fazer de novo, se entregar novamente. Com certeza você não é a mesma pessoa da primeira tentativa.

Nos últimos anos. tive começos e recomeços marcantes na minha vida, dois relacionamentos, uma atividade esportiva e mais recentemente uma nova atividade no trabalho, em todas elas tive medo, mas uma coisa que aprendi foi que a vontade de “ganhar” tem que ser sempre maior que o medo de “perder”.

Sabe aquele papo de “o não você já tem”? Pois é, quando você deixa de fazer algo o “não” é a única coisa que você terá. Não crescer, não evoluir, não amadurecer.

Tenho lutado para sair da minha zona de conforto, pois sempre me protegi e fui protegido de muitas situações pela minha condição física e posso garantir que todas as vezes valeu muito a pena, nem que seja para aprender como não fazer/agir.

Sempre vale a pena recomeçar/continuar e se você duvidar disso, duvide da sua dúvida e recomece mais uma vez.



10 comentários:

  1. Roger, emocionante ler seu texto, até por quê eu estava na viagem que você mencionou. Você foi o primeiro cadeirante com quem eu tive a oportunidade de conviver e, graças a você, me livrei desde cedo de vários preconceitos. Alguns deles foram destruídos durante as surras que você me dava no Super Tênis de Master System hehehe.
    Desde sempre, conviver com você é uma lição e uma honra.

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    1. Que bom meu amigo André!
      A ideia do Blog é exatamente essa: Quebrar paradigmas e pré conceitos!
      Abraço

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  2. Roger querido,
    Você me encanta e me emociona com tanta grandeza de alma. Sou fã incondicional!!! Love You❤️

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  3. Adorei seu texto, Roger! Obrigada por compartilhar seus sentimentos e experiências 😊

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    1. Olá Izabela
      Que bom que você gostou!
      Obrigado e volte sempre!
      Abraço

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  4. Excelente reflexão, Roger! Adorei a frase “O ‘não’, você já tem”. Vai ficar na cabeça por, pelo menos, alguns dias, kkkk...
    Beijos!

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    1. Ludimila querida!
      Que bom que o texto fez você refletir!
      Devemos agir sempre para mudarmos o que queremos mudar, pois o "não mudar" nós já temos
      Beijo!

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  5. O medo de vencer tem que ser maior que O o Medo de perder... !!!!

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    1. Meu amigo Luciano
      Eu sei que você quis dizer que "A vontade de vencer tem que ser maior que o medo de perder"
      Abraço,

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  6. Roginho! Grande amigo! Amei a frase, duvide da sua dúvida e recomece mais uma vez! Beijos!

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