sábado, 24 de janeiro de 2015

MUDANÇA

Começo de ano e muito entusiasmo para por em prática tudo o que que foi pensado nesses últimos meses de 2014.
Uma das maiores reclamações que ouvi das pessoas foi "Cadê o seu blog? Porque você não volta a escrever?". A resposta para essa pergunta é bem simples. Eu não achava que tinha muito o que dizer e contínuo achando,  porém eu percebi que as pessoas querem me ouvir /ler, saber o que penso sobre determinado assunto,  saber como eu vi determinado momento que passei ao lado delas etc.

Eu tenho orgulho de anunciar que o Cadeira Falante está de volta!!
Nessa nova fase do blog vou tentar fazer um exercício de me expor mais, tomar posições,  escolher um lado, deixar de ser um cara "água com açúcar " em alguns assuntos. Não esperem uma mudança
radical de uma hora pra outra, pois como eu falei pra vocês isso vai ser um exercício, um treino.

Pra começar essa nova fase do blog vou escrever sobre um tema que gera muitos conflitos internos dentro dessa cabeça que aqui escreve:

Como as pessoas me veem X Como eu me vejo



Eu fui criado de uma maneira que me levou a viver achando que todos me viam apenas como mais um colega de classe, mais uma criança brincando no parque com meu filho, ou seja uma criança normal, O que contribuiu muito para esse fato foi ter conhecido pessoas mais do que especias nos meus primeiros anos de escola, algumas das quais tenho contato até hoje, porém não só elas, mas todos os meus colegas de infância tiveram um papel fundamental na maneira como eu me vejo hoje.

O quarteto Carol (Conselheira. O Mestre Splinter da minha adolescência), Raoni (O irmão que escolhi), Luiz (parceirasso) e Ju (ah o primeiro amor...) fizeram o fato de crescer/amadurecer ser prazeroso e bem tranquilo até um belo dia em uma aula de Educação Física. Eu estava no gol junto com um colega e teve um pênalti para o adversário e o colega (não convêm citar nomes) falou que, já que era para me tratar como uma pessoa normal ele ia dar uma "porrada" no meio do gol (exatamente onde eu me encontrava) eu fiquei feliz, mas a professora ficou com medo e me tirou do gol. Foi o momento da pergunta "Porque?".

A partir dai foi uma sequência de situações que me mostraram o quanto a maioria das pessoas é hipócritas comigo. Acham lindo um caldeirante fazer tudo o que eu faço, viver da maneira que eu vivo, porém não conseguem enxergar um palmo além da cadeira de rodas. No réveillon minhas amigas receberam uma série de elogios por serem... minhas amigas (como se fosse um sacrifício ser minha amiga) e o mais curioso é que um desses elogios veio de uma pessoa conhecida. É uma  pena que isso aconteça muito mais vezes do que eu gostaria.

Muitas vezes penso em o que fazer para que,  ou eu não me incomode com esse tipo de coisa  ou esse tipo de visão das pessoas diminua. Enquanto eu escrevia este texto eu assisti a um vídeo em que uma das mensagens é a de que não são as circunstâncias da vida que nos atingem, mas sim a maneira como nós às encaramos. Não sei se uma mudança de postura ajudaria, mas ficar parado com certeza não mudará nada.

Eu entendo que as pessoas tem medo do desconhecido, mas se quiserem saber como eu faço minhas atividades de vida diária (AVDs) é só perguntar, não tenho qualquer restrição (medo, receio, vergonha...) em conversar sobre como eu faço as coisas básicas que todo o ser humano faz. Vou dar exemplo pra facilitar.

No dia do meu aniversário recebi algumas pessoas aqui em casa e em uma conversa sobre baladas saídas e afins uma amiga me perguntou "Roger, quando você sai como uma mulher como você faz na hora de ir ao banheiro?" Resposta: Sabe essa bolsa que eu levo comigo na cadeira? Sei que muitos tem curiosidade de saber o que eu levo dentro dela. Eu levo o cumpadre, papagaio, marreco, cada um chama de um nome, pra quem ainda não ligou o nome a "pessoa" é aquele negócio que ajuda os pacientes em hospitais a fazerem xixi sem saírem da cama, no meu caso da cadeira. Então é muito simples, é só a donzela ter a delicadeza de me entregar minha bolsa e deixar o resto comigo.

Agora vocês já sabem, ficou curioso pergunte, prometo não deixar ninguém sem resposta. Se quiserem que eu responda aqui no blog é só falar, e se eu pensar em algo que seja dúvida/curiosidade de muitos também escreverei sobre isso aqui.

Pra encerrar esse primeiro texto dessa nova fase do blog eu faço um pedido pra vocês: Me perguntem, me questionem, porque eu prefiro mil vezes uma pessoa que me pergunte tudo do que uma pessoa que tenha medo de perguntar, e fique pensando que ser meu amigo de verdade é uma missão para poucos.  



6 comentários:

  1. Eita que eu não sabia que você também tinha blog.
    Já adorei!
    Realmente essa de dar parabéns as suas amigas foi foda. Mas, às vezes, (não justificando comportamentos indelicados e talvez até preconceituosos), muitas pessoas erram por falta de conhecimento mesmo. Pois se te conhecessem saberiam que você é independente sim. É uma boa você voltar para o blog, ajudará muitas pessoas.

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  2. Querida que bom que você gostou do blog.
    Concordo plenamente com você, a maioria dos preconceitos vem da falta de conhecimento, e por isso que registrei ai no texto a minha preferência em ser questionado ao ser pré julgado.
    Um beijo e volte sempre ao blog

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  3. Oi Pessoa, é muito bom ter postagens novas.
    Um beijo.

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