quarta-feira, 7 de março de 2012

VIDA ADULTA

 Logo depois de terminado o ensino médio entrei na faculdade para fazer o curso de turismo. Na UPIS tive varias experiências completamente novas, confesso pra vocês que muitas delas foram extremamente desagradáveis, mas faculdade é sempre faculdade e traz com ela um amadurecimento pessoal muito maior do que o profissional, pelo menos no meu caso.
 Primeiro dia de aula e descubro que minha turma terá que ser deslocada do seu departamento por "minha causa", pois o departamento do meu curso funcionava no primeiro andar de um prédio que não possuía, acho que ainda não possui, nenhum tipo de acesso para deficientes físicos, mal sabia eu que essa seria uma briga que iria travar com a faculdade até o fim do meu curso.
 Foram quatro anos de experiências enriquecedoras e amadurecedoras, desde meu pai raspando minha cabeça quando recebi a notícia da aprovação, até o momento em que eu peguei o canudo um pouco após os quatro anos curriculares, muito em parte por irresponsabilidade minha, mas também por um pouco de má vontade da faculdade.
 Conheci todos os tipos de pessoas, desde os piores tipos até os melhores, fiz grandes amigos e parceiros na minha luta (que se provou inútil) por uma faculdade mais acessível para todos. Nessa luta dois acontecimentos me marcaram muito: o primeiro foi no momento em que minha turma decidiu fazer um abaixo-assinado para pedir a faculdade acesso aos andares de cima de seus prédios para  deficientes físicos. Em resposta a faculdade divulgou que, se fosse obrigada a colocar elevadores em seus prédios teria que aumentar a mensalidade de todos os cursos. Nunca vou esquecer as frases que ouvi de alunos me apontando como vilão de um possível aumento da mensalidade: virei o errado da história, mas nada se compara com o segundo fato que marcou e porque não dizer matou todo esse processo meu contra a faculdade. Como nenhum tipo de diálogo com a faculdade adiantou fui à justiça atrás do que era meu direito, depois de enfrentar toda a burocracia legal fui conversar com a promotora de justiça que estava cuidando (mal) do meu caso, quando ela falou diretamente que eu deveria esquecer aquele processo todo e só me preocupar em me formar porque eu já tinha coisas demais na vida, (mal sabe ela que depois daquele momento me formei, fiz uma pós, passei em um concurso público e estou fazendo meu 2º curso superior) confesso a vocês que naquele momento perdi minha fé na justiça e acabei parando com o processo por ingenuidade e medo de represálias por parte da faculdade.
 A faculdade não representou apenas coisas ruins na minha vida: paqueras, grandes festas, debates, crescimento pessoal e primeiro beijo foram outras coisas marcantes pra mim nessa época.
 No meio do curso fomos a um evento que mudou minha vida.
 O ciclo de palestras “Turismo em debate" realizado pela Câmara dos Deputados foi um dos eventos extraclasse mais produtivo da minha primeira graduação. Não fui a todas as palestras, mas fui à que eu "precisava" rsrsrs. O comandante Rolim Adolfo Amaro discursou durante aproximadamente 2 horas somente reclamando para os deputados ali presentes sobre os impostos existentes no Brasil, no fim da palestra foi aberta a possibilidade de a plateia fazer perguntas, quando peguei o microfone, todos olhando pra mim, fiz a seguinte pergunta: Comandante, o senhor passou a palestra inteira reclamando de impostos, quer dizer que os impostos são o único problema da aviação brasileira, ou existem outros? Ah e outra coisa, amanhã estou mandando meu curriculum para o senhor.
 No fim da palestra, uma funcionária da TAM foi me procurar e me pediu para entregar o meu curriculum na empresa no dia seguinte. Chegou a hora de começar a trabalhar... 

2 comentários:

  1. Faltou citar que vc conheceu muita gente linda e interessante na UPIS! hahahahaha Beijo, Roger!

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